terça-feira, 2 de setembro de 2014

A física do amor

Eu olhava para o o botão de rosa mas só enxergava seus dedos crispados apertando a alça da bolsa enquanto ela se levantava da mesa.
Não vi a direção que tomou.
Ela continuava sentada, ouvindo com os olhos luminosos a oferta da flor e a revelação de minha epifania.
Ela nascera para me tornar feliz.
Nossas almas são uma confusão quântica.
Não vês ? Por mais que nos afastemos sempre estaremos juntos.
Passei o resto da tarde explicando.
Ela calada, às vezes fazia um movimento de cabeça que eu tomava como concordância.
O garçom desistiu de me oferecer mais um café e ficou feliz quando paguei a quantia exata.
Ela me acompanhava em silêncio.
Deve ter esboçado um sorriso que me distraiu.
Ouvi uma buzina e o barulho de freios.
Não conseguia enxerga-la.
Mas foi só por um instante.
Afinal nossas almas formam mesmo uma confusão quântica.

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