Amanhã iria acordar às seis,
pra fazer uma caminhada,
ziguezagueando entre as árvores,
até lá longe, no trevo, da estrada de Sabará.
Na volta ia entrar na matinha e seguir pela trilha da esquerda,
sair pelo portão dos fundos e descer até o parque.
Tomar uma água de coco, gelada,
sentado na arquibancada do anfiteatro vazio,
e aproveitar bem o sol, até o dia acabar.
Melhor acordar às oito,
descer para a academia e fazer meia hora de esteira,
um monte de alongamentos e todas as séries devidas.
Na volta, passar pela padaria, quem sabe também na feira,
visitar o jornaleiro e terminar no boteco,
pra falar mal dos políticos,
contratar Messi pro Galo e espiar moças bonitas.
Encostar uma cadeira no freezer
e ficar fazendo nada, até o dia acabar.
Talvez acordar às dez,
e depois do terceiro bocejo,
dar uma olhada no Face e carga no celular.
Ligar a televisão sem saber o que assistir.
Se esparramar no sofá, folhear dois ou três livros
e não escolher nenhum.
Escancarar a janela
pra olhar as nuvens passando
e levando o tempo com elas.
Ah ! Bem provável que se canse,
e volte de novo a dormir, até o dia acabar.
Amanhã vai ser diferente.
Hoje acordou às sete.
Tomou banho e se vestiu.
Comeu frutas picadinhas, temperadas com iogurte.
Caminhou uns dez minutos até o ponto do ônibus.
Esperou mais outro tanto, até poder embarcar.
Se acomodou, em pé, junto à porta.
Vai seguindo pro trabalho,
lá longe em Belo Horizonte.
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