Dilma venceu em Minas mas Belo Horizonte abraçou Aécio.
Abraçou apertado, vibrou com as atuações nos debates, festejou liderança em pesquisas, foi às ruas, vibrou e chorou quando às 20:00 horas do domingo a televisão mostrou que Minas são muitas e que o sertão mineiro é vermelho.
A segunda feira de Belo Horizonte veio fria e cinzenta no mesmo clima de tristeza e decepção dos dois terços de seus habitantes que despertavam para uma realidade que não tinham conseguido mudar.
Acreditaram até o último instante, afinal Minas é a terra do improvável, que o digam São Victor e a torcida do Galo. O silêncio nas ruas, ônibus e escritórios quebrado por conversas apenas murmuradas, "que coisa", "como pode o melhor perder ?", " mas logo Minas", veio com o jeito da derrota da seleção para a Itália no palco catalão do Sarrià.
Hoje a dor pareceu tão grande que os vencedores evitaram a justa comemoração, afinal a vitória lhes bastou. O Natal vem aí, as amizades do face vão se refazer, Belo Horizonte vai se unir de novo e voltar a ser feliz.
À geração de jovens que enfrentou sua primeira luta política e agora amarga o gosto da derrota só posso recomendar-lhes a tenacidade.
Não desistam, mudanças não são instantâneas, o futuro que desejam só pode ser construído com muito trabalho e participação.
Nada de migrar para a Austrália ou Canadá, o Brasil é de vocês.
Aos jovens que sorriem triunfantes fica meu desejo, quase impertinente nesta hora, de que não se contentem com o que já alcançaram, que tenham a ousadia de contestar, que não se deixem prender a ideologias e receitas antigas.
Inovem moçada, que o novo só acontece através de vocês.
Desconfiem dos que tem mais de trinta anos, a história não se repete, não existem velhos revolucionários.
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