Há de se ter cuidado com a crescente onda de intolerância contra opiniões "fora de moda".
O direito à expressão é o núcleo das liberdades individuais.
Quando as crenças que não são as nossas são criminalizadas, e banidas do debate pela força, apenas adiamos o confronto de idéias, causa, e consequência, do aprimoramento da civilização.
A militância LGBT, insuflada por grupos políticos oportunistas e apoiada pela grande mídia, vem, de maneira sistemática e a meu juízo, equivocada, confundindo a profissão de crenças morais e religiosas, legítimas, seculares e entranhadas na sociedade, com atos de discriminação e segregação de minorias, estes sim, odiosos e indesejáveis.
Quem viveu os anos de chumbo, se recorda bem dos assuntos proibidos.
Os que pregam a diversidade deveriam ser os primeiros a entender que a tolerância é uma via de mão dupla e que, no campo das idéias ela não pode ser limitada. Somente a intolerância é intolerável.
Tenho fé que ainda vamos poder, civilizadamente, rever a lei 7.716, que criminaliza a discriminação, nos pontos em que tipifica como crime a incitação ao preconceito, limitando o direito de expressão. A abrangência do artigo é espantosa, e elenca "raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
Ao pé da letra pode ser enquadrado em injúria quem me chamar de "velho babão", ou de "anão homofóbico" ao Levir Fidélis.
Sim, eu prefiro que as pessoas tenham o direito de expressar preconceitos e defendo a descriminalização de todos os "delitos de opinião".
Criminalizar o pensamento mais que uma violência é uma inutilidade. Idéias proibidas tem o dom de se esconder e sobreviver. Preconceitos e discriminações devem ser combatidos à luz do bom combate, no dia a dia de cada um de nós, livres para agirmos e pensarmos, censurados apenas por nossa consciência.
Em 17 de fevereiro de 1600 um frade que dizia que o Sol era maior que a Terra, que o universo era infinito e se confundia com Deus, que todas as religiões eram boas e também que padres e mulheres deviam se permitir o prazer, teve a língua arrancada e foi queimado em Roma, no Campo di Fiori.
Em 22 de junho de 1633 outro homem, que acreditava que a Terra girava em torno do Sol, escapou do mesmo destino abjurando sua crença. Reza a lenda que, dando as costas aos juízes, sussurrou a um companheiro Eppur si muove.
A comparação é forte ? Pois é, não existe liberdade relativa.
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